A lente de contato gelatinosa é uma invenção recente na história mundial, porém ela já tinha sido idealizada há muito anos pelo famoso pintor Leonardo Da Vinci. No século XVI, ele teve a ideia de corrigir os problemas de visão com uma lente de vidro posta na superfície ocular, porém isso foi considerado bastante incômodo e na verdade é totalmente diferentes das lentes que conhecemos hoje. Saiba quando as lentes de contato surgiram e como elas foram se desenvolvendo de acordo com o avanço da tecnologia nesse post.
A ideia de Da Vinci foi revolucionária, porém naquela época não havia um material que pudesse ser utilizado para a fabricação das lentes de contato. Quem aprimorou a ideia foi o astrônomo inglês Sir John Herschel em 1823, quando ele criou um molde baseado nos olhos dos pacientes para assim produzir as lentes corretivas. Alguns anos depois, em 1887, o médico alemão Adolf Eugene Fick desenvolveu lentes de contato de vidro que cobriam toda a superfície do olho, inclusive a parte branca, que é chamada de esclera. Essas lentes foram consideradas pesadas e, além disso, seu uso era limitado a poucas horas do dia pois a córnea não era oxigenada de maneira satisfatória.
Quem inovou adicionando plástico ao vidro das lentes de contato foi o norte-americano William Feinbloom, 50 anos depois, e isso tornou o produto bem mais leve. Porém esse modelo ainda é distante do que usamos hoje. Foi apenas nos anos 1940 que o oculista Kevin Tuohy criou as lentes feitas em plástico e que cobriam apenas a córnea. Esse modelo, mais parecido com o que utilizamos atualmente era feito em acrílico, também conhecido como polimetil-metacrilato. No vídeo abaixo você consegue entender melhor como essas lentes em acrílico eram feitas, através de um molde tirado do olho do paciente e depois colocado em uma prensa para iniciar a fabricação da lente. Dá até um pouquinho de aflição, mas saiba que a paciente estava anestesiada.
Esse tipo de lente ainda não permitia a permeabilização dos gases para que eles chegassem até a córnea, mas os olhos eram hidratados toda a vez que o usuário piscasse, pois assim o oxigênio do líquido lacrimal mantinha as córneas hidratadas. Esse modelo de lente se popularizou nos anos 50 e 60, sendo que apenas no início dos anos 70 foi que as lentes gelatinosas surgiram. Tal fato apenas aconteceu devido à descoberta de dois cientistas tchecos chamados Otto Wichterle e Drahoslav Lim. A nova descoberta tinha relação com os hidrogéis que atualmente usamos nas lentes gelatinosas.
Com o desenvolvimento dessa inovação, em 1978 foi possível criar as lentes que permitem a passagem dos gases. E foi nos anos 1980 que as lentes gelatinosas de uso contínuo e também as descartáveis começaram a ser vendidas para o público em geral. A lente de descarte diário foi criada somente na década de 90 e em 1999 foi lançada a primeira lente com a introdução de silicone, conhecida como silicone hidrogel, que possuem alta transmissibilidade de oxigênio.
No mercado hoje temos essas duas opções de lentes gelatinosas e você pode saber qual a diferença entre lente de hidrogel convencional e a de silicone hidrogel nesse post.